25-03-2017 21:25:54
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Terra do sol nascente, país das cerejeiras, onde tradições milenares convivem com a mais alta tecnologia, são algumas das formas de se referir ao Japão. Mas a terceira economia do mundo tem mais a oferecer do que sushi, sashimi e robôs. Tóquio, por exemplo, é a supermegalópole mais limpa e organizada do planeta, com a mais alta concentração de restaurantes de alto nível – e não falamos apenas de pratos típicos, mas lugares que oferecem pratos italianos e franceses que você não encontraria em Bolonha ou Paris. Além da capital, outras cidades, como a calma Kamakura, a histórica Nikko e a cultural Kyoto são merecedoras da atenção do visitante.
Devido ao tamanho de Tóquio, reserve ao meno, cinco dias para conhecer bem a cidade, e dividi-la em regiões pode ser uma boa ideia. Em Harajuku (aposto que você leu Aracaju), que abriga o Museu de Arte Memorial Ota, que é dedicado ao Ukio-e (um gênero de xilogravura). O estilo foi muito popular entre os séculos XVII e XIX, e um dos artistas mais conhecidos pelos ocidentais é Hiroshige, que inspirou até Van Gogh. Sua Grande Onda de Kanagawa serviu de modelo para a marca de surf QuickSilver. Perto dali fica a Takeshita Dori, em Harajuku – rua famosa por suas lojas que lançam a moda jovem japonesa.
Ainda nessa região está o Meiji Jingu, santuário situado ao lado do Parque Yoyogi dedicado ao Imperador Meiji e sua consorte, construído em 1920. Ele foi destruído na Segunda Guerra Mundial, sendo reconstruído logo em seguida. O torii (portal) da entrada é escuro e imponente e, após uma rápida caminhada, passamos por um “corredor” feito de barris de saquê de um lado e barris de vinho francês do outro, que são oferendas para que o ano seja bom.
Shinjuku tem um lugar imperdível: o Shinjuku Gyoen (Parque Shinjuku), cujo Jardim Francês tem uma quantidade impressionante de rosas. Por lá ainda ficam o Jardim Inglês e o Jardim Japonês, onde estão as cerejeiras mais bonitas da cidade. No Japão, aliás, a florada de cerejeira representa a transitoriedade da vida. E os japoneses têm por hábito acompanhar o desabrochar das flores. Eles frequentam parques, santuários e templos para celebrar e contemplar a natureza. A prática de apreciar flores existe no país há muitos séculos e é conhecida como hanami.
O verde do parque contrasta com a visão dos arranha-céus ao redor. O parque era de uso exclusivo da família imperial, mas foi aberto ao público em 1949 e é uma ilha de tranquilidade no meio da cidade. Entre os modernos e gigantescos edifícios, destaca-se a sede da prefeitura. Do alto desta região, além da vista panorâmica da cidade é possível avistar a silhueta do Monte Fuji.
Duas regiões que costumam ficar fora do circuito ocidental são Sugamo e Asakusa, onde é possível conhecer a atmosfera do Japão antigo. Na primeira fica a Jizo Dori, rua conhecida por ser acessível a pessoas idosas e assim a rua ficou famosa por vender produtos tradicionais. É nessa região que fica a estátua do Togenuki Jizo no templo Koganji que ajuda na cura de doenças. Já Asakusa tem uma atmosfera tradicional e é aqui que ainda se pode andar de riquixá, ver pequenas lojas tradicionais e moradias típicas japonesas.
A sua principal atração é o templo budista Sensoji, construído no século XVII para abrigar uma pequena imagem de ouro da deusa Kannon. Em Asakusa também fica o Tokyo Skytree, torre de TV inaugurada em 2012 que tem um grande complexo de entretenimento nos andares inferiores e dois decks de observação da cidade.
Nos arredores de Tóquio está a cidade de Kamakura, onde fica o Grande Buda. A estátua foi fundida em bronze no século XIII e originalmente ficava dentro de um templo, mas este foi assolado por tsunamis nos séculos XIV e CV e desde então o Grande Buda está ao ar livre. O último reparo da estátua foi em 1961, quando foi usada uma técnica que permite ao Buda resistir aos terremotos. As dimensões dessa obra de arte impressionam: o comprimento de cada olho é de um metro e das orelhas, 1,90m.
Mas a cidade tem outros atrativos. O templo budista Enkaku-ji é uma construção sóbria e monocromática, mas vastos e belos jardins. Seu portão principal é impressionante, e qualquer pessoa fica minúscula ao seu lado. Outro lugar interessante é o santuário xintoísta Tsurugaoka Hachimangu, o mais importante de Kamakura. O local é ligado a assuntos terranos, como casamentos, pedidos de sucesso e, por isso, é mais alegre e colorido que os templos budistas.
Há apenas 150 km de distância de Tóquio fica Nikko, cidade localizada nas montanhas da província Tochigi. Um de seus principais atrativos é a cachoeira Kegon, formada a partir das quedas d’água do Chuzenji, lago cuja origem é a cratera inundada de um vulcão. Mas há outra razão para visitar a cidade: o santuário Toshogu.
Considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, ele homenageia o xogum Tokugawa Ieyasu, responsável pela unificação do país no século XVII. O complexo é cercado por uma floresta de antigos ciprestes e repleto de esculturas, edifícios decorados, portões e templos. O santuário abriga o Estábulo Sagrado, com um pequeno entalhe conhecido como os Três Macacos Sábios — nada ouço de ruim, nada falo de ruim, nada vejo de ruim.
Indispensável em qualquer viagem ao Japão, Kyoto representa a alma e a essência japonesas. Da meditação à cerimônia do chá, da arquitetura refinada às gueixas vestidas em quimonos de seda, a cidade é o bastião de tradições milenares. São dezenas de templos budistas e santuários xintoístas espalhados por suas ruas: alguns cinematográficos, como Kyomizudera, outros simples, como o pavilhão dourado Kinkakuji.
Antiga capital japonesa, Kyoto é o endereço de um dos palácios imperiais do Japão (o outro está em Tóquio) e de diversas joias arquitetônicas, como a vila imperial de Katsura Rikyu e o castelo Nijo, onde os xoguns – os generais que detinham o poder de fato -, lançavam ordens para seus vassalos. Uma das experiências mais marcantes de Kyoto é hospedar-se nos tradicionais ryokans, dormindo sobre futons em esteiras de tatami. Para finalizar a estadia na terra das cerejeiras, o distrito de Nakagyo reserva duas surpresas: o mercado Nishiki, repleto de lojas de utensílios de cozinha e comidas típicas, e a ruela Pontocho, que, cheia de bares, é um dos centros da boemia de Kyoto.
http://viagemeturismo.abril.com.br/paises/japao/
http://www.viajenaviagem.com/2016/03/roteiro-toquio-zen
https://quatrocantosdomundo.wordpress.com/2013/06/03/roteiro-de-15-dias-no-japao/
http://ideiasnamala.com/2012/10/24/japao-a-lista-das-cidades-imperdiveis/