25-03-2017 19:28:50
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Terra do flamenco, das touradas, das mulheres com leques vestidos vermelhos e leques bordados, a Andaluzia é a região da Espanha com maior diversidade cultural. Localizada ao sul do país, o local é o maior produtor do país, sendo responsável por 75% da produção nacional de azeitonas.
E é ali, entre diversos olivais que os povos árabes, sírios, berberes e egípcios construíram o que hoje é a segunda maior comunidade autônoma – e a mais populosa – da Espanha.
A região divide-se em oito províncias: Almeria, Cádis, Córdoba, Huelva, Jaén, Málaga, Granada e Sevilha. Nas grandes cidades, como nas últimas três, o moderno entrelaça-se com o histórico, fazendo desta região a memória viva da presença muçulmana na Península Ibérica.
Na Andaluzia, a tradição histórica é milenar. Locais como a Alhabama de Granada, a Mesquita de Córdoba, a Torre de Giralda e antiga cidade de Sevilha são Patrimônios Mundiais declarados pela Unesco.
Castelos, fortalezas e mosteiros podem ser encontrados em toda a região, retratando as arquiteturas moura, renascentista e, acima de tudo, a barroca.
A herança dos mouros – expressa na riqueza artística, cultural e arquitetônica – coloca a Andaluzia no imaginário coletivo do resto do mundo como um lugar mágico e mítico.
Viajar pela região equivale a mergulhar nessa sucessão de histórias, de fantasias, de contos de fadas que por vezes encobrem as raízes forjadas pela civilização muçulmana, uma das mais avançadas da antiguidade, e sua profunda influência na região.
O legado cultural é encantador, e se reflete na gastronomia regional, cujo circuito é um espetáculo à parte.
Única região espanhola banhada pelo Mediterrâneo e pelo Atlântico, as heranças culturais se refletem à mesa, com pratos marcados pelo uso do azeite de oliva – boa parte da produção de azeitonas é destinada aos azeites. Os destaques são para as tapas, famosas entradas espanholas, feitas de peixes e frutos do mar.
No interior e na serra andaluza, são comuns pratos de carne de caça, como javali, coelho e perdiz. Há, inclusive, rebanhos suínos empregados para a fabricação de presuntos.
Outra característica são as sopas frias, como o mundialmente conhecido gaspacho. A presença árabe se mostra por meio dos doces feitos à base de amêndoas e mel.
Entre as cidades mais interessantes, merecem destaque Córdoba, Sevilha e Granada.
O centro histórico da cidade gira em torno da Mesquita Catedral, a maior e mais bela mesquita construída pelos mouros na Espanha. Também vale a pena passear pelas ruas estreitas de Juderia, o Bairro Judeu, visitar os jardins do Alcazar e olhar o panorama da cidade velha ao pôr do sol, da ponte mauritana sobre o rio Guadalquivir.
Estar nesta cidade é presenciar milhares de anos de história hispânica: toureiros, dançarinos de flamenco e vestidos com muitos babados e estampado com bolinhas, ruas estreitas com calçamento de paralelepípedos, restaurantes de tapas e uma vida noturna que não termina nunca. Sevilha guarda três espetaculares construções, consideradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, além de surpreendentes monumentos, bairros pitorescos e uma forma de fazer as coisas que está na essência sevilhana de viver a vida.
Uma das cidades mais importantes da Espanha, Granada tem uma excelente Universidade fundada no século XVI e é importante destino turístico devido às inúmeras atrações da cidade, principalmente a deslumbrante Alhambra. A cidade, que foi o último refúgio dos mouros antes de serem expulsos no século XV, foi alvo de constantes ataques de Napoleão em 1812, e quase foi destruída. Hoje em dia, viajar para Granada é essencial para conhecer mais sobre a história da Europa e as guerras contras os povos vindos da África.